Face
à concentração empresarial existente nas três principais fileiras silvo-industriais,
onde assumem especial destaque:
- O
Grupo Sonae, no pinheiro bravo;
- O
Grupo Portucel Soporcel, no eucalipto; e,
- O
Grupo Amorim, no sobreiro.
Importa
garantir a transparência dos mercados dos produtos florestais, a par do que já
acontece no setor agroalimentar, tendo em vista uma adequada e justa formação
dos preços, evitando potenciais fenómenos de cartelização ou uma desajustada
supremacia da indústria face à produção florestal. Este é um fator determinante
para criar e assegurar expectativas de renda aos proprietários florestais e
assim contribuir para o fomento da gestão ativa nas suas explorações.
O
absentismo existente na gestão das florestas em Portugal tem de ser estudado em
detalhe. Contudo, é possível afirmar que, em grande parte, o mesmo advém das
fracas expectativas dos proprietários na capitalização das suas propriedades,
em geral de minifúndio e de solos mais pobres, e à fraca ou nula rentabilidade
que podem auferir das produções que nelas podem obter, tendo em conta que os
preços de venda são determinados por terceiros, pela indústria ou por
intermediários.
Importa
ainda salientar o elevado risco do investimento florestal, face aos incêndios,
às pragas e às doenças, bem como o desajuste do fisco face às características da
produção florestal.
Uma
política de preços equilibrada, associada a programas de investigação e de
extensão florestal, integrados em lógicas de fileira, assegurarão o crescimento
do investimento florestal em Portugal, seja em novas arborizações, mas
sobretudo na consolidação das atuais florestas, concretamente através da sua gestão,
que se quer profissional e sustentável, minimizando os impactos catastróficos
dos incêndios florestais e das pragas e doenças.
Se
forem criadas expectativas de segurança e de rentabilidade fiável, quer na
produção de bens, mas também na prestação de serviços ambientais em áreas
florestais, seguramente os proprietários florestais serão os primeiros a adotar
uma gestão sustentável nas suas explorações.
Desta
forma, deverá o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento
do Território (MAMAOT), considerar a criação de uma plataforma
de acompanhamento das relações da cadeia silvo-industrial.
Paulo Pimenta de Castro
Eng. Florestal / Presidente da Direção da Acréscimo
(publicado no Agroportal: http://www.agroportal.pt/a/2012/pcastro3.htm)
Paulo Pimenta de Castro
Eng. Florestal / Presidente da Direção da Acréscimo
(publicado no Agroportal: http://www.agroportal.pt/a/2012/pcastro3.htm)
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